quinta-feira, 7 de julho de 2011

Dando continuidade ao EU COM O OUTRO

                                              AMALA E KAMALA


Na Índia, onde aconteceram alguns casos de meninos-lobos, descobriram-se, em 1920, duas crianças, Amala e Kamala, vivendo no meio de lobos. A primeira tinha um ano e meio e morreu um ano mais tarde. Kamala, de oito anos de idade, viveu até 1929. Não tinham nada de humano e seu comportamento era exatamente semelhante ao dos lobos.
Elas caminhavam de quatro patas, apoiando-se sobre os joelhos e cotovelos para os pequenos trajetos e sobre as mãos e os pés para os trajetos longos e rápidos.
Eram incapazes de permanecer de pé. Só se alimentavam de carne crua ou podre, comiam e bebiam como animais, jogando a cabeça para frente e lambendo os líquidos. Na instituição onde foram recolhidas, passavam o dia acabrunhadas e prostradas numa sombra; eram ativas e ruidosas durante a noite, procurando fugir e uivando como lobos. Nunca choraram ou riram.
Kamala viveu durante oito anos na instituição que a acolheu, humanizando-se lentamente. Ela necessitou de seis anos para aprender a andar e, pouco antes de morrer, tinha um vocabulário só de 50 palavras. Atitudes afetivas foram aparecendo aos poucos.
Ela chorou, pela primeira vez, por ocasião da morte de Amala e se apegou lentamente ás pessoas que cuidaram dela e às outras crianças com a quais conviveu.
A sua inteligência permitiu-lhe comunicar-se com os outros por gestos, inicialmente, e depois por palavras de um vocabulário rudimentar, aprendendo a e executar ordens simples.
ARANHA, Márcia Lúcia Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando – Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 1986. P. 16.

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